sábado, 8 de abril de 2017

Carta Aberta a Minha Primeira Namorada





Oi, tudo bem?


Faz tanto tempo que não nos vemos... Não sei exatamente quantos anos, mas calculei que deve estar perto de duas décadas.

Que idades nós tínhamos quando namoramos? Eu me lembro de ter dezesseis para dezessete... Você deveria ter quinze. Hoje, eu estou com 35. Passou tudo tão rápido... A última vez que tive notícias suas, fiquei sabendo que você havia se formado em Biologia, estava casada e indo viajar para a Europa. Enfim, espero que tudo esteja bem.

Mas estou escrevendo esta carta porque tenho pensado bastante em você, e senti saudade. E, como o Dia dos Namorados é neste final de semana, resolvi aproveitar para escrever e lhe dar um presente, que jamais poderia ter lhe dado quando estávamos namorando.

Fiquei com vontade de dar a você o homem que me tornei. Porque acho que você ficaria orgulhosa de mim.

Muito do que eu sou hoje, você viu nascer. São pequenas coisas que aprendi com você e com seu amor, que estão todos os dias em mim. E são graças a elas que, mesmo errando às vezes, eu ainda tenho a mesma vontade de acertar. Da mesma forma que acertei com você.

Hoje, sei que amei você como amaria todas as outras vezes na minha vida: para sempre. É a única forma que conheço, e aprendi com você. Sempre que estou apaixonado, me torno aquele mesmo menino de dezesseis anos que se sentia brilhando ao seu lado e cujo coração disparava no momento em que você segurava minha mão ou me abraçava escondendo a cabeça no meu peito.

Lembra do menino que você namorou? Ele ainda esta aqui. Ele trabalha, paga as contas, cresceu e virou homem. Mas um homem de dezesseis anos.
Sorrio de amor e choro de saudade o tempo todo. Morro de paixão, sem tentar disfarçar. Escrevo cartas e poemas, apenas pela sensação de estar perto da pessoa que amo enquanto escrevo. Às vezes, coloco a música preferida da pessoa apenas para fingir que ela está em casa e vai aparecer do meu lado a qualquer minuto. E ainda desejo “boa noite e dorme bem”, baixinho na cama, antes de dormir, mesmo quando durmo sozinho.

Graças a você, me tornei um homem que ama como se tivesse dezesseis anos. Resolvo problemas e toco minha vida da forma mais madura que conheço, mas amo e me apaixono como se ainda fosse um adolescente. Como se fosse de novo a primeira vez.

Ainda faço tudo isso da mesma forma que eu fazia vinte anos atrás, com você.

E, da mesma forma que fazia com você, eu peço para a pessoa não ir embora nunca, porque quero que cada momento com ela seja para sempre. E, mesmo triste depois do beijo de despedida, volto para casa com vontade de pular pelas calçadas, de cantar alto. Engraçado isso... Quando estamos apaixonados, queremos dançar até quando estamos tristes.

Mas, quando estou com a pessoa, explodo de felicidade. Ainda tiro a pessoa que amo para dançar no meio da rua, pois quero que o mundo inteiro veja como ela fica dançando. Cubro de beijos e protejo em abraços, e canto baixinho no ouvido dela, jurando que eu vou amar para sempre.

Porque quando a gente ama de verdade, é para sempre.

Graças a você descobri que amo a sensação de estar apaixonado.

Ela me faz forte e me faz doce, me faz grande e me faz frágil. Ela me faz completo comigo mesmo e nada sem você. Apaixonado, vejo o mundo com os outros olhos, descubro cores e formas que não existem normalmente. Leio o nome da pessoa escrito ao meu redor, sinto o perfume dela a cada vez que respiro, e fique procurando a mão dela dentro da minha, enquanto caminho sozinho.

Este é meu presente. Gostaria que você soubesse que você me transformou nisso. Pois foi com você, meu Primeiro Amor, que descobri que, quando estamos apaixonados, todos os beijos são os primeiros e cada abraço é eterno.

Graças a você que, sempre que me apaixono, ainda me transformo no mesmo menino de dezesseis anos que você namorou. Quando estou apaixonado, ainda tenho aquele sorriso de quem está aprontando algo, ainda tenho aquele brilho de criança no olhar, e me sinto preso num fim de tarde morno, daqueles de primavera.

Talvez com dezesseis anos não exista outro modo de se apaixonar. Mas, para mim, até hoje não existe outro modo.

Você ficaria orgulhosa de mim. Mas quero que sinta orgulho de você mesma.

Este é meu presente de Dia dos Namorados para você: que você saiba que, quando brincávamos dizendo que ficaríamos juntos para sempre, você nem imaginava que isso me tornaria eterno. Um eterno homem de dezesseis anos, um eterno menino que ama.

Um menino de dezesseis anos que morreria por amor todos os dias, depois que aprendeu, desde que segurou sua mão pela primeira vez, que não existe nada melhor que viver por amor. E ter me transformado neste menino foi o melhor presente que você poderia ter me dado.

Feliz Dia dos Namorados.

Rob

Nenhum comentário:

Postar um comentário