O sol ainda volta todas as manhãs, apesar da escuridão da noite.A primavera ainda não cansou de desabrochar todos os anos, flores que alegram a Terra!
As próprias flores têm ainda a serena coragem de murchar, morrer para dar lugar a novos frutos...
Os lagos refletem ainda em suas águas o vulto das montanhas, o céu azul cheio de nuvens brancas e o perfil das palmeiras pensativas.
Os pássaros continuam cantando, fazendo seus ninhos apesar da poluição dos ar.
A lua cumpre ainda o seu programa de inspirar os poetas e criar ambientes para nossos apaixonados, mesmo depois de profanada por combustíveis e sucata de foguetes.
As estrelas ainda se acendem lá em cima, apesar do insulto que lhes fazem chamando “estrelas” certas belezas humanas artificiais!
Ainda há pureza no coração dos bons...
As lagartas rastejantes, repelentes... ainda se transformam, quem diria, em lindas borboletas multicoloridas...
E... apesar de tudo, contra tudo, o mundo ainda resiste.
Mas... até quando?
Fonte: O Perdigão jan/1992
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